Por Gláucio
Amigos e parentes,
Estamos, finalmente, “pertin pertin...” Mudamos os planos de viagem em cima da hora. Pela manhã no hotel, depois que um motorista nos avisou dos buracos por Itumbiara GO. Então, saímos da 153 por um desvio para Uberlândia. Pegamos também um pouco de chuva, mas estávamos preparados para tal. Dessa forma partimos direto para Brasília sem passar por Goiânia.
Galera, nossa volta tem sido um teste de nossa obstinação, de nossa força de vontade de cumprir o objetivo de completar todo o nosso GIGANTESCO roteiro indo e voltando de motocicleta, Brasília / Ushuaia / Brasília ( e todos os demais lugares lindos no meio do caminho). Acontece que entre estes maravilhosos lugares havia muita estrada mesmo! Conforme já sabíamos desde o princípio, quando não estávamos queimando no sol de verão da Patagônia, estávamos congelando no freezer da Terra do Fogo. Quando não estávamos debaixo das chuvas geladas, estávamos sendo empurrados para os penhascos pelos ventos que sopram dos Andes em direção ao oceano... Como diz meu companheiro Zael, vulgo Soldado: “Rapadura é doce, mas né mole não”.
O corpo esta moído, as mãos inchadas, as costas doídas e por aí vai... Minha mãe diria, como sempre: “ Vá de novo”... E iria mesmo, mãe. Não me arrependo, pelo contrário, está foi uma de minhas maiores, se não a maior de todas as aventuras e ainda está sendo M A R A V I L H O S A !
A vida passa, as forças vão embora os sonhos apenas sonhados um dia desaparecem. Os sonhos realizados continuam repercutindo nessa “eternidade passageira” que são as lembranças que guardamos...
Estamos rodando de moto há trinta dias. Mas, na última semana, desde segunda-feira, não teve descanso, passeio turístico, nem o cafuné do meu amor que voltou de Bariloche na madrugada do dia que saí de lá. Então tem sido a força de vontade e o amor ao motociclismo que nos tem empurrado de volta ao lar. Amanhã espero almoçar em casa e poder rever minha família e os amigos que tanto me tem feito falta.
Hoje passou por nós, de V-Strom, um Casal que conhecemos no hotel em Bariloche, que estavam retornando também. Vê que não é só a gente que é doido! Isso é, doido por estrada... Na verdade, as intempéries mais perigosas ficaram na parte mais ao sul da Patagônia. De Bariloche pra cá teve apenas o calor infernal que nos fazia parar nos postos e encharcamos as camisetas nas pias do banheiro para suportar o clima pior que o do sertão nordestino! A moto continuou dando problema na relação que me fazia parar duas e até três vezes por dia para regular a tensão da corrente. Depois que troquei a mesma em São Borja, graças aos amigos do Comboio de Loqui e ao Dino, continuou desgastando, mas foi o bastante para chegar. O pneu que troquei em Ushuaia também está nas últimas...
Gente, então é isso. Esse deve ser a minha última blogagem no diário. Depois devo publicar alguma coisa sobre minhas conclusões e aprendizados com a Xshuaia2009. Antecipo que o roteiro foi muito extenso. Mas, o que fazer se tinha tanta coisa interessante em nosso caminho? Talvez devêssemos ter alargado o tempo de viagem para não ser tão estressante. Porém, nem todos teriam mais de 30 dias disponíveis... O importante é que fomos e voltamos, isso é, estamos voltando.
Abraços a todos,
GG.
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